quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

TELEFONE
Ele viajando. Ela sentada ao lado do telefone inquiete morde a mão de leve na ansiedade de vê-lo tocar. E o toque do telefone que a sustenta de pé no fim do dia
.


Sua
voz mesmo distante a anima, suave... Sensual... Sussurrando no seu
ouvido palavras doces, ele lhe arranca tímidos sorrisos, sua voz vai lhe
envolvendo por completo, aconchegando-a a cora e a mela.
Ela pede:
--não desliga, repeti vai:
-- Ele diz:
-te amo!
Ela pede:
-- mas uma vez , vai só mais uma .
Ele diz:
-- Amo te, amo lhe por demais, mesmo longe só penso em ti o dia inteiro e te desejo loucamente. Ele afirma.
E ela do outro lado da linha acredita, suspira, saltando um – AI!
Mas bem no fundo, ela confessa a si mesmo ao se vê novamente sozinha com seus pensamentos;
“ Como é bom a ilusão, quando não se tem outra saída.

                                                      MARGARETH CUNHA

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