quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Queria saber se as flores ainda estão na varanda, se os passarinhos ainda fazem seus ninhos na velha arvore do quintal, se tem crianças sentadas nas suas sombras?
Quem tem regado às margaridas?
É o pé de abacateiro deu fruto?

É o vento leve que entrava pela porta à tardinha, e me devolvia a sensação de felicidade , quando deitada no chão da sala ouvindo CHICO, GAL, GONZAGUINHA e outros mais ( sempre musicas de MPB)  ainda venta sereno à tardinha?
Tem cheiro de bolo na cozinha, posso era bom comê-lo no chá da tarde na varanda?
Depois do banho, as sextas-feiras, após um dia de trabalho, sentava aqui nesta calçada e papeava com as vizinhas só um pouquinho. Depois leva meu bebe pra passear em seu carinho...ate a padaria do seu Chico.
Eu nem sei, se a mangueira que eu plantei neste quintal, chegou a dá fruto
E minhas pequeninas rosas, ainda colorem o jardim?
Passo pela calçada. Após tantos anos, de frente minha 1ª casinha, (parece até que foi uma brincadeira de casinha)  ela ainda continua branquinha.
Penso: Como teria sido?
O cachorro late lembrando-me de minha velha vira-lata
E  as violetas ainda estão no jardim?
 Penso: poderia ter sido diferente?                                       


                        Margareth Cunha.



De volta ao passado
Enquanto escrevo observo
O olhar de minha mãe
Antes brilhantes
E por vezes fulminantes
Mas sempre ternos
Acompanhando estrepolias
da sua filharada...
Agora ela apenas olha
Um programa na tv
Seu olhar parece cansado
Seu brilho de outrora
Transformou-se em cataratas
Ela já não enxerga quase nada
Apenas olha...e nem sempre vê
Em seus olhos anuviados
Uma história de bravura
Se esconde e adormece
Ela viaja em seu passado
E o olhar perdido
por instantes,
Reluz no seu verde esfuziante
Uma lágrima teimosa aparece
Ela a seca com seu lenço
Volta a olhar a tv ligada
Volta a olhar e a não ver...

Nane
(06/02/2010)

Nenhum comentário:

Postar um comentário